Ao prolongar o olhar
na mira branca,
virgem, vazia
do tanto que
quero que contenha,
revolvo o pensar
e logo nela escrevo.
Logo fala para mim!
Revejo-me inteiramente!
Ao alcançar o infinito...
essa mira estiolada do vazio,
que tanto eu quero também
que ela algo contenha,
esventro o pensar
e nela tudo transmito.
Mas, sendo ela nada...
nada de lá vem.
Nem sequer um reflexo!
foto: piratacaçula
poema: Armando S. Macatrão
in "O Vazio do Nada"