Uma velhota toda de preto mal podendo andar e vinda da direita, do lado do Nafta Bar, no sentido contrário para onde íamos, chama por nós, mostrando uma ementa que trazia na mão:
-Ah migues... na querem almoçar? Venham ao “Marques”. Olhem, come-se muito bem!... se vão p'ra “Tasquinha”, olhem, tá fechada!
Como já era tarde apressamos o passo em direcção ao carro. Nenhum de nós deu a importância pretendida pela senhora, tal como se faz na época alta quando as chambristas ” nos perguntam a torto e a direito se queremos “chambres”, mesmo aquelas que nos conhecem, como se disparassem a tudo o que mexe, em todas as direcções:
-Querem um quartinho migues!... Ah és tu! Porqu'é que na disseste logo qu'eras tu, cangar ?
Como se eu soubesse de antemão que não me estavam a reconhecer. Ou então quando vamos na marginal a caminho da praia os “banheiros” e as suas características barraquinhas, a que a Piratati e a Pirata Caçula quando mais pequenas chamavam de cabanas, nos perguntam de cinco em cinco metros, tal é o número deles e delas em concentração no passeio marginal mais parecendo uma excursão ao entroncamento com todos os membros identificados com um cartão a condizer bem visível no peito e uma bolsa à tiracolo, como se não bastasse estarem junto às rampas para a praia:
-Querem uma barraquinha migues?... Ah são vocês! Já sê que na querem nada!
Pois é... apetece mesmo dizer que, santos da casa não fazem milagres!